Santos Redentoristas
Santo Afonso Maria de Ligório
Uma vida que nos inspira
O começo da vida
Filho de D. José de Ligori e Dona Ana Cavalieri, nasceu em 27 de setembro de 1696, em Marianella, perto de Nápoles. Sua formação se deu com aulas particulares de humanidades, música, pintura, harmonia e composição. Aos 12 anos, começou a estudar direito e, em 1713, tornou-se doutor. Tinha 16 anos!
Conversão ao Evangelho
Até 1722, Afonso não havia perdido nenhuma causa como advogado. Nesse tempo, frequentava a Comunidade do Oratório e fazia parte da Confraria de Doutores que trabalhava no Hospital dos Incuráveis. Os exercícios espirituais da Semana Santa daquele ano foram fundamentais na vida de Afonso. Na Páscoa, afasta-se da vida social (teatro) e desiste do casamento como projeto de vida para si (esse era um dos sonhos de seu pai).
Em 1723, perde uma causa que entra para história de sua vida (Orsini e Médici), estava em jogo um feudo.
Criatividade missionária desde cedo: as capelas do Entardecer
Em 1723, iniciou seus estudos para o sacerdócio. Participou, ainda, da Confraria dos Brancos da Justiça, que acompanhava os condenados à morte e seus familiares. Em 21 de dezembro de 1726, foi ordenado sacerdote. Nápoles contava com 250 mil habitantes. Afonso se preocupou com a massa de trabalhadores, pobres da grande cidade. Por isso, é conhecida sua experiência com as Capelas do Entardecer.
Momentos de ruptura: novidades de Deus que chegam
Em 1729, saiu da casa de seus pais. ou a viver no Colégio dos Chineses, casa sacerdotal fundada por Mateus Ripa, missionário expulso da China. Lá, teve a experiência de pregar as missões e aprofundou o trabalho nas Capelas do Entardecer.
Em 1730, esgotado pelo intenso trabalho, vai a Scala para um descanso. Com um grupo de companheiros, segue para a ermida de Santa Maria dos Montes. Lugar de extrema beleza! Foi aí que conheceu um grupo de cabreiros. Gente pobre e sem nenhuma instrução religiosa. Seu biógrafo, Pe. Tannoia, escreve que Afonso partiu de Scala, mas seu coração ficou ligado aos cabreiros. Pensava: quem vai cuidar dessa gente?
Em Nápoles, há um grupo de monjas que tem Maria Celeste Crostarosa como líder, tida como visionária. Mas sua regra é aceita em 1731, nascendo, assim, a Ordem feminina do Santíssimo Redentor. Em suas revelações, Celeste vê Afonso como superior da Ordem masculina. Afonso é incentivado por Dom Falcóia.
A Congregação do Santíssimo Salvador: novo grupo missionário
Em 09 de novembro de 1732, Dom Falcóia preside uma eucaristia com a presença de Afonso, João Mazzini, Vicente Mannarini, João Batista de Donato, Silvestre Tosquez e Pedro Romano. Nasceu a Congregação Missionária do Santíssimo Salvador, que em 1749, ou a se chamar Congregação do Santíssimo Redentor.
Em 18 de novembro, chega o irmão Vito Curzio. Já no final de 1732, o grupo se desfaz. Desentendimentos. Afonso escreve em seu caderno “coisas de consciência” e faz voto de não abandonar o instituto. Permanecem Afonso e o Irmão Vito. Mas em breve, no meio de sua solidão, Afonso se alegra com o grupo se refazendo: Januário Sarnelli, César Sportelli e Vito Curzio. Sempre buscando os povoados e aldeias; usando a escrita... tudo para anunciar a Copiosa Redenção.
Em 1738, o grupo abandonou Scala. Ficaram 3 anos em Vila Liberi e depois se instalaram em Ciorani. Aí, a comunidade cresce em seus membros, lugar de impulso missionário. Em 1743, morre Dom Falcóia e Afonso a a ser o reitor da comunidade. Em 1749, a Congregação é aprovada pelo Papa. Nesse tempo, Afonso produz suas melhores obras escritas (43-58). São pelo menos 111 obras que escreveu ao longo de sua vida.
O pastor, que tem uma proposta moral da misericórdia, em 1762, aos 66 anos, foi nomeado bispo de Santa Águeda. Sabemos como ele relutou para não ser bispo. No seu novo ministério foi o bom pastor.


São Clemente
os de um pioneiro
Um olhar sobre a vida de São Clemente Hofbauer pode nos ensinar muito sobre um sonho feito realidade, sobre a oração e o serviço, sobre a perseverança na vida cristã, sobre a santidade alcançada vivendo o dia-a-dia. Clemente não foi um fazedor de milagres ou um visionário, mas um grande santo redentorista, que serviu o povo de Deus com simplicidade e com o máximo da sua capacidade.
Clemente Maria Hofbauer nasceu em Tasswitz, na Moravia (República Theca), a 26 de dezembro de 1757. Seus pais, que tinham 10 filhos, eram simples, pobres e de fé profunda. Seu pai faleceu quando Clemente era ainda pequeno. Exerceu sua primeira profissão como padeiro.
Mudou-se para Viena e lá estudou filosofia e teologia. Foi então que conheceu as obras de Dom Afonso Maria de Ligório. Ficou entusiasmado por ele. Partiu novamente para Roma. Recebido na Congregação do Santíssimo Redentor e ordenado sacerdote a 29 de março de 1785, foi enviado às regiões do norte da Europa, para levar a Congregação Redentorista para fora da Itália. Graças a São Clemente os redentoristas estão espalhados por todo o mundo.
São Clemente Maria Hofbauer desempenhou o ministério Sacerdotal com fruto extraordinário. Conseguiu inspirar nos jovens o entusiasmo pela vida religiosa e pela Congregação. Havia nele uma grande solicitude pelos jovens, em especial os estudantes, aos quais dedicou muito empenho e ações.
São Clemente foi missionário no sentido pleno. Conforme a tradição da Congregação Redentorista, preocupava-se seriamente com as missões. Ele foi beatificado no dia 29 de janeiro de 1888 pelo Papa Leão XIII, sendo canonizado como santo da Igreja Católica no dia 20 de maio de 1909. Em 1914, o Papa Pio X concedeu-lhe o título de Apostólico e patrono de Viena.
São João Neumann
Zelo com os mais abandonados
São João Neumann nasceu em Prachatitz, Boêmia, no dia 28 de março de 1811, filho de Philip Neumann e Agnes Lebis. Frequentou a escola em Budweis e lá entrou para o seminário no ano 1831. Dois anos depois, ou para a Universidade de Charles Ferdinand, em Praga, onde estudou teologia.
Quando completou sua preparação para o sacerdócio em 1835, desejava ser ordenado, mas o bispo decidiu que não haveria mais ordenações lá. João estava certo de sua vocação para o sacerdócio, mas todas as portas pareciam estar fechadas. João foi um dos 36 padres para mais de 200.000 católicos de sua época. Como missionário, visitava um povoado atrás de outro, escalando até montanhas para visitar as pessoas doentes e celebrar missas.
Sonhava viver em uma comunidade. Foi, então, que ingressou para a Congregação de padres e irmãos que se dedicava em ajudar os pobres e os mais abandonados. Foi o primeiro padre que entrou para a Congregação Redentorista na América; professou seus votos em Baltimore, no dia 16 de janeiro de 1842. Desde o princípio, destacou-se por sua piedade, santidade e por seu zelo e amabilidade. O seu conhecimento de seis idiomas modernos o tornou particularmente apto para o trabalho na sociedade americana, com grande diversidade de línguas no século XIX.
Depois de trabalhar em Baltimore e Pittsburgh, em 1847, foi nomeado Visitador ou Superior Maior dos Redentoristas nos Estados Unidos. Neste cargo, preparou os confrades da fundação americana para se tornarem uma Província autônoma, o que aconteceu em 1850. O Padre Neumann foi nomeado Bispo de Filadélfia e ordenado bispo em Baltimore, no dia 2 de março de 1852. A diocese dele era muito grande e ava por um período de desenvolvimento considerável. Como bispo, foi o primeiro a organizar um sistema diocesano de escolas católicas e para isso, fundou as Irmãs da Ordem Terceira de São Francisco para lecionar nas escolas.
Entre as mais de oitenta igrejas que construiu durante o seu bispado, deve ser mencionada a catedral de São Pedro e São Paulo, iniciadas por ele. São João Neumann era de estatura pequena; nunca teve uma saúde robusta, mas sua vida foi marcada por inúmeras atividades, conjugadas entre sua piedade e sua fortaleza. Ele, ainda, achou tempo para uma atividade literária considerável, além de suas obrigações pastorais. Escreveu numerosos artigos, publicou dois catecismos e, em 1849, uma história da Bíblia para as escolas.
No dia 5 de janeiro de 1860 (com 48 anos de idade apenas) caiu na rua, em sua cidade episcopal e morreu antes que lhe pudessem istrar os últimos Sacramentos. Foi beatificado pelo Papa Paulo VI, no dia 13 de outubro de 1963, e canonizado pelo mesmo Papa, no dia 17 de junho de 1977.


São Geraldo Majela
Missionário da Humildade
São Geraldo nasceu em 1726, em Muro Lucano, lugar pequeno do sul da Itália. Teve a sorte de ter uma piedosa mãe, Benedetta, que o despertou para o amor infinito e misericordioso de Deus.Perdeu o pai aos doze anos e, por isso, se tornou o apoio da família. Depois de quatro anos como aprendiz de alfaiate, desistiu da profissão para trabalhar como criado do bispo de Lacedônia.
Os amigos o alertaram para não aceitar o emprego, em função dos maus tratos que os funcionários recebiam do prelado, mas isto não foi suficiente para impedir Geraldo de trabalhar. Durante três anos, ele se ocupou de tudo e permaneceu junto do bispo até a sua morte. Geraldo aceitava o sofrimento por amor a Deus e como parte integrante do seguimento de Cristo. "Sua Excelência me quer bem", dizia. Assim, Geraldo ava longas horas diante do Santíssimo Sacramento, o mistério do Senhor crucificado e ressuscitado.
Em 1745, aos 19 anos, voltou para Muro, onde começou a exercer por conta própria o ofício de alfaiate. O negócio ia bem; ele separava o necessário para sua mãe e sua irmã e doava o restante para os pobres ou mandava celebrar missas para as almas do purgatório. Não houve na vida de Geraldo uma súbita conversão. Sua santidade foi construída por amor e dedicação a Deus e pelo serviço aos irmãos.
Decidido a se entregar totalmente ao Senhor, pediu para ser capuchinho, mas não foi aceito. Conheceu, então, os redentoristas e resolveu integrar a Congregação, mas recebe também uma recusa em função de sua frágil saúde. Porém, continuou insistindo até que o Padre Paulo Cáfaro o aceitou. Geraldo foi enviado ao noviciado em Iliceto, em 1749, com um bilhete que dizia: "Eu envio um irmão inútil."
Aí, em Iliceto, professou seus votos, no dia 16 de Julho 1752. Ao contrário do que todos imaginavam, o jovem irmão se destacava, diariamente, pelos excelentes serviços que prestava como porteiro, alfaiate e sacristão. Sua encantadora humildade, paciência e amor a Deus, no Santíssimo Sacramento, contribuíam para aumentar a cada dia a iração que todos tinham por ele.
Conhecido por seus inúmeros milagres, ganhou tal fama de santidade que um grande número de pessoas vinham de longe para conhecê-lo e para pedir-lhe orações e orientações. Entre aqueles que o apreciaram e o veneraram por sua santidade se encontra a Venerável Maria Celeste Crostarosa. Geraldo morreu em Materdomini, no dia e na hora que ele tinha predito, 16 de outubro de 1755, de tuberculose.
Foi beatificado por Leão XIII, no dia 29 de janeiro de 1893 e canonizado por Pio X, no dia 11 de dezembro de 1904. É venerado no mundo inteiro como o patrono especial das mães e das famílias.